NO ROMANTISMO, O CHORO, A CONVULSÃO

Dormi, no caminho passei do ponto

Uma lágrima para cada morto

a nossa aldeia chora.

 

O governo, que dor! É ele o carrasco.

Belo Monte é o progresso.

E são tantas lágrimas

que no tempo não cabe

uma lágrima para cada morto

— Por quinhentos anos chorar

— cento e vinte dores por minuto

— vivendo e chorando os anos

— e a conta não vai fechar.

 

Quem vier depois que chore

que resgate a minha dor

Nem que o mundo todo

tolo chorasse

ainda assim não se teria

uma lágrima para cada morto.

2 Respostas para “NO ROMANTISMO, O CHORO, A CONVULSÃO”

  1. Textos partes partidos sonhos revoltas carinhos previsões sangues danças palavras forças músicas mecânicas doces vírus falências e rotinas. Você vive até o caroço!

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