o CAMINHO DE IDA QUE TRAZ DE VOLTA
parece mais duro que a subida ao céu,
e até nos platôs mais firmes,
naqueles belos momentos mirantes
em que podemos sentar, conversar
e ver o tempo longe no espaço passar,
não há descanso possível
pois sabemos que virá outra curva
e outra parte de um caminho inexplorado.
Curvas, cumes, vales secos e rios;
a natureza fecunda, que abre seus braços
convida, leva-nos mais longe
em nossos caminhos.
E podem surgir por entre as rochas
serpentes, chacais, raposas e aranhas
nada que toque-nos de modo fatal, a morte
quando andarmos atentos por caminhos remotos.
É certo que um dia o deserto virá.
E o rio será a mais bela lembrança.
A água antiga, corrida entre veias de terra
que empoçava os buracos da estrada
de nosso ponto de partida.
Lamaçal, lagos, cachoeira
parque aquático natural
a fonte de nossas vidas
a seiva de nossas raízes nos dirão
que o caminho é mais que ir
descobrir, explorar..
mais conhecido
(mais adultos)
o caminho nos propõe voltar…
E quem foi covarde pra não ir
jamais poderá tornar,
mas pra quem teve o ímpeto
a coragem de invadir, conhecer, buscar
será mais fácil o retorno encontrar.
Pois que toda volta é outra ida.
Reencontro. Base velha.
A casamata abandonada
que ainda servirá.
Quando encontrar
não será tarde, nem cedo.
Será o tempo de estar.
Aquele canto distante
que um dia ficara pra trás
será também nosso rumo
novo, caiado, necessário.
e as pedras da ida,
serão antigas amigas,
com quem sentaremos para conversar…
Álvaro Romão – (S) —> (N) —> (S) […]
Deixe um comentário