A tristeza asfalto

Carpete de casas, homens ácaros
Pulgas mulheres pulam de suas camas

Há matas verdes e espaçadas, quase perdidas
matas esparsas no grande cinza que cobre as casas.

Serpenteia entre os lares cortiços
a cobra canoa do lixo,
o dejeto esgoto,
coleta o sangue dos fracos,
carrega a alma dos sóbrios,
sabe-se lá
em que poço desova.

A luz sobre esses pântanos,
poluída luz do sol,
faz quem espera à noite
até desprezar o arrebol.

Parece que há uma enchente.
Falo por que vejo homens com nadadeiras,
escamas e anzóis a furar-lhes as bocas de peixe.

Prédios coloridos… Possível elegia da cidade.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: