AOS PÉS DE SANTA TERESA
Subindo as tuas ladeiras
procuro me encontrar
eu procuro teus bondes,
teus trilhos de asfalto
que escondem
sob o trilhar
tantas lágrimas escravas
tantos gritos no ar.
Em tuas ladeiras se esconde
o Sol e, nele, o meu lugar.
Santa Teresa dos condes
Europa mais negra que há
É feita pelos teus pobres
que madrugam ao ir trabalhar
Santa Teresa dos Pobres
Não és só descida,
que tuas mil escadas
me levam ao sol,
ao céu,
que se põe sob os arcos
de um aqueduto do tempo.
Santa Teresa dos fortes,
te encontro sempre a brilhar,
com as cores da tua gente,
tuas dores
a revelar
que o Rio é um braço largo,
que te abraça,
a descansar.
Santa Teresa das Flores
Abra-te ao sol do amanhã
Que a natureza tão doce te aponta
um cruel sentimento de paz.
E, em Santa Teresa(…),
subindo ou descendo(…),
encontro a paz nas ladeiras(…)
paz do trabalho(…)
da feira(…)
de um dia…
Santos que moram na terra
sobre a baía
que apodrece…
aos pés de Santa Teresa.
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