Ah> Ah> Ah> Que sorriso mais morte> vendem-se os artistas> Ah que dor mais forte> um prato> uma sacada> uma pizza> seus restos no prato> restaurante fino> prato salgado> seus vermes no prato> e um que de ser chique e viver para tal> e ser chique em vida> e só parecer> meus pares se vão> como ímpares> e eu os olho> e> pasmo me encaro> um olhar e me calo só calo> e entalo o copo seco de vinho> no peito sem vão> então> é noite cavada no ser> é açoite é corte> é porto que vem e quem vai é parto> só falo> não faço> me traio> no porto é noite> no pão de hoje> no vão a morte> é> o homem morre> na minha frente quieto eu paro> eu calo> o homem morre> o homem dorme em seu próprio sertumba> em seu ócio sertumba> em seu ser> em sertumba cálida vida> em ser calamala vivida> em viagem de trem> em mente sem dente mastiga e viva> vivia vóvó> vivia vovô> viviam meus pais> sem pão> sem tão> sem dor> vivia na trilha de uma viagem> que dava vontade de viver a vida> e só> de viver tanto a vida> tua e minha> tão e tanto> não é tanto> a pizza> o prato> a bebida> > fino restaurante> salgado prato> de pizza> > doce marmita> pães sem pais> de passe Passagem> > doce> doceira> senhora> carteiro> cartinha> selinho> pudor de menina> senhor de calcinha> choca a própria ova> desova a polícia outono> inverno na moda> da boca> da torta> da rica senhora de branco> toda engomada> tal descarnada> que hoje daqui eu vi> seu sorriso é tal falso> qual canto de jabuti> y é triste o sorriso> é falso pois mente> somente pra ti que se importa> e tão pouco> que come que já não ri> e engoma a roupinha> é chique a sainha> a calça tadinha> tarada> mal cabe > mal mole> vive > não chora> o estudo> —————–>a bitola>>>> o encarar> o servir> como quem é servido> sentir e servir a quem vem> com pão de idéias> com mão de martelo> e foice de prata armada pra nada> assusta mas não mata> e só de assustar já basta tanta água molhada> tanta gente pasmada> toda chincaceiada> de um dia num álbum de fotos se abrir> sem coração> somente teso partir> e não voltar sem sorrir> que a vida é uma grande mentira> que eu finjo> que eu conto pra ti. Continue lendo
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AH AH AH OU CRÔNICAS DE UM FINO JANTAR – DA SÉRIE “POEMAS IMPUBLICÁVEIS”, PUBLICADO EM 2011, NAS EDIÇÕES LIVRES, POR ÁLVARO ROMÃO
Posted in Impublicáveis with tags Artistas, caráter, jantar, morte, pizza, prato on julho 31, 2013 by alvaroromaoPASSEIO DE POETA – DA SÉRIE “POEMAS IMPUBLICÁVEIS”, PUBLICADO EM 2011, NAS EDIÇÕES LIVRES, POR ÁLVARO ROMÃO
Posted in Impublicáveis on julho 31, 2013 by alvaroromaoQuem se mostra e passa
que se aceita não passa
aí pensa pecebe
bolha moscapulmão pneu
chão asfalto breu
rasgo pasto pão
menos césio grão
tão cor
flor
tanto pano viagem
tanta vida passagem
passa psiu
correu sumiu
acabou de escrever
fechou o caderno
guardou a caneta
abriu o armário
acabou o café
saiu pra comprar
na esquina foi visto
peguem ele,
que cara estranho
um escritor
pau nas costas
murro bocacete
pano folha sangue
chão pneu cantando
e o coito agredido
a polícia revolta
desceu a rua
em busca de mais um ladrão para roubar
de um escritor,
de um poeta pra apanhar
quem é diferente igual apanha
quem é igual diferente apanha
na calça
na sobras
nos restos
nas bostas
das letras
apanha o que sobra e vai ——>> ao dentista
refaz
coloca desloca
costela
vértebra
panela
alquebra
desregra
a vida do homem
da lei
da vida dura
da boca pura
de um falante
alto no carro
corte de faca
de pão e de mata
SEM ACENTO – DA SÉRIE “POEMAS IMPUBLICÁVEIS”, PUBLICADO EM 2011, NAS EDIÇÕES LIVRES, POR ÁLVARO ROMÃO
Posted in Impublicáveis on julho 31, 2013 by alvaroromaoSem acento
ir
a palavra
a cantos de loucura sóbria
em palavra
em deixo torto o tempo
eu corto seco
eu limo eu temo
em palavras cálidas me escondo
sem acento
durmo
tormento de anil
e caio sem acento
no vaso podre da vida
vou me vender barato
batizado de mucama
de lavado
desregrado
sem alma
sem trauma
sem calma
atara a deusalouca
a meusaboca
a neosaldina
na minha roupa
o tempo passa
o camera vidro
a caça
vidro a maça
ataca
mas não mata
já sei
já lí
ví
ví
ví
Entormento em cantiga
de sempre noite
de puro açoite
de corte e foi-se
e doa-se a quem
dó
de tábua fresca
de carne dura
podre crua
boite de flor
suporese
embelleze
anestesésico brilhante da morna flor de açucena
o Kolene
o Neutrox
O Carinho
O Engov
O Neutrox
O Kolene
Embelleze
a Natura
O Botica
Rio
Continua lindo
O Neutrox nos cabelos
selos de pus sêco
texto noite fio
calo bebo rio
acordo doce
beijo a morte
calo a boca
sobre o termo subo sempre
caio doente
Enfermo
Calafrio cai no fio
arrepio
no laço
no bacana da insensidão
maluca rua da loucura
efeméride acesa na calada
intempérie retina prisão
aducídea escarlina
escarro tina leite prado
seta estepe vagão
noite trilho crepúsculo
luar vagar
cerosa
edílio
pobreza sertão
Há quanto tempo – DA SÉRIE “POEMAS IMPUBLICÁVEIS”, PUBLICADO EM 2011, NAS EDIÇÕES LIVRES, POR ÁLVARO ROMÃO
Posted in Impublicáveis on julho 31, 2013 by alvaroromaohá quanto tempo já não passam os senhores da guerra por aqui tudo é pazbelo paraíso da terrarrincão
este chão que tudo dá a todos que em paz no senhor em sua paz vivem
pazempaz
que paz é essa maravilha
maior que as dores do passado
maior que as amarguras todas
e que todos os desprazeres
triviais tristezas-trens de-minas
e todas as mazelas as fomes sem pai
e todas as corruptas sedes dágua
e todas as faltas e todas as sem ter
sem terra pra brotar flores que é isso de flores?
num espaço só de paz sou paz sou pó
poema sem flores
sem tristeza
nem remorso
Samarco
Vale
RefeiçãoTrabalhopuro
Puro Trabalhoé só trabalho
sem palavras pras letras que se juntam em desconceitos conceituais
ardente
ardendo na noite
por dentro vou
arasrdsh
arte
quearte?
vai
parte sem ler
que é issoassim
que pouco e só
…
que isso passa
co nosco
com outros vindo e vivendo o nosso lugar
caiu
caiu
cá
iucá
2 – DA SÉRIE “POEMAS IMPUBLICÁVEIS”, NÃO PUBLICADO
Posted in Impublicáveis on julho 31, 2013 by alvaroromaohouve enfim descanso rouco
houve só um tempo
monto meu cavalomosca
e cavalgo pelas selvas do infinito voar
e pego piolhos no ar
piolhos que dançam feito bolas
ouvindo as cantigas
rodopio louco pelo céu
desci ao cume
cantei e soprei espirro
tudo em vão
pobre matéria
corria doido
vã e tanta artéria de sangue
que escorre pelo bueiro do esgoto
sem tampa ou vazão
pus
cuspe
monte de gente amontoada
perdida
sabem eu as observo
eu as controlo eu sou o vosso deus
eu sei
o que ninguém sabe
sei de tudo e sei de nada
obrigado
obrigado
obrigado
feito um aluno num banco de escola
pobre aluno
de uma escola
de fundo de poça-lama
de poça-funda-escura
de lama-pura-lama
de só lama funda poça
de escola de alunos sentados obrigados a varrer
pra dentro de seus próprios seres todo o conhecer
e as inutilidades
e as padronistas estudantes de pedagogia
que os engolem
que os vomitam
os saberes
todos bagunçados
como armário de escola suja
como carteira
como mão de agiota
suja-escola-viva
teacher
tea-cool
ice-tea
tia
…
posso ir no banheiro?
vai a merda moleque
seu burro!
1 – Da série “Poemas Impublicáveis”, publicado em 2011, nas Edições Livres, por Álvaro Romão
Posted in Impublicáveis on julho 31, 2013 by alvaroromaoEntão me liga
numa tomada 220
e desliga da visão desfocada
que permite
ver
veja que ver é pouco ver
e ler e pouco
ver é ler, mas que sem óculos com uma carabina apontada
engatilhada para a orelha esquerda
mas de tal forma
que o tiro atravesse
e antes de entrar já tenha saído quente
resfolegante
carregando
na ponta da bala descarregada
um pouco de miolo,
umas idéias e muita cera de ouvido
ouvi esse boato de um estupro consentido
que todo mundo viu e riu
que ninguém quis ver mas quis
que viram de viraram
que desfizeram as malas
que voltaram da viajem depois da morte consumada
destruído o corpo-seco
lambido o pão
o dedo sujo
o vômito pelo caminho
e a menina que arrastada fora-rosa
a menina rosa
que descia lânguida a rua sôfrega
que descia e foi submetida
como nossa senhora
uma virgem
foi tanto
e detida pelo andaime
caiu ralou escorregou
por firmes braços rudes
e só
somente
com o consentimento haverá tal fato
ato-podre-corpo-sujo
moralmente
insensivelmente
mente somente para mim
que cobro corpo são
tão são tão limpo
que seja impossível
que seja um sonho doce
que esteja a várias léguas
metros e sem ti
metros
é só o que me gasta
só me gasta
o calar
o estupro
e sorrir como quem vive entre as flores e entre as angustiantes farturas
sorrir macambúzio feito um animal podre
tornar vida
tanta e tanta morte em forma de cores
em tons azuláceos e rosas
flores
pobres senhoras descem a ladeira
doces meninas quem as vê?
espreitam olhos valentes e covardes
doces e salgados
as tais mãos rudes do patrão
o semblante sem figura
a falta de sensação
o coração afogueado
de emoção infantil
dos “banquete” da escola
como feras espreitam e são espreitados
os pobres estupradores consentidos.